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A IPI

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Igreja Presbiteriana Independente do Brasil

A Igreja Presbiteriana Independente do Brasil (IPIB), é uma denominação protestante de confissão de reformada (calvinista). É a terceira maior denominação presbiteriana no Brasil.

Histórico

A IPIB – Igreja Presbiteriana Independente do Brasil é uma igreja que tem suas raízes na Reforma Protestante do século XVI com orientação calvinista. Foi fundada em 31 de julho de 1903 por um grupo de sete pastores liderados pelo Rev. Eduardo Carlos Pereira (1856-1923). Os outros seis pastores que deixaram o sínodo da então Igreja Presbiteriana do Brasil para organizar o Presbitério Independente foram:

Rev. Alfredo Borges Teixeira (1878-1975)

Rev. Bento Ferraz (1865-1944)

Rev. Caetano Nogueira Júnior (1856-1909)

Rev. Ernesto Luiz de Oliveira (1875-1938)

Rev. Otoniel de Campos Mota (1878-1951)

Rev. Vicente Themudo Lessa (1874-1939)

As causas que levaram à criação da Igreja Presbiteriana Independente remonta aos anos finais do século XIX. Questões missionárias e educacionais levaram o Rev. Eduardo Carlos Pereira a entrar em conflito com os missionários norte-americanos. Em 1886 ele apresentou um Plano de Missões Nacionais com a intenção de tornar a igreja brasileira auto-suficiente o mais rápido possível para sustentar pastores, professores e evangelistas e, para dar apoio à proposta ele toma a iniciativa de fundar em 1887 a Revista das Missões Nacionais. Outro ponto era o desejo de que a preparação teológica dos ministros brasileiros fosse mais adequada, isso por meio de uma instituição regular e não num sistema de tutoria, o que vinha sendo reclamado desde 1875.

O grupo eduardista também reagia diretamente à política dos missionários em relação à evangelização indireta das crianças através do Mackenzie College (atualmente, Universidade Presbiteriana Mackenzie).

O conflito tomou outro rumo quando entrou a questão maçônica. Em dezembro de 1898 o médico Dr. Nicolau Soares do Couto Esther, recebido na igreja pelo Rev. Chamberlain, em 1885, passou a publicar, com o pseudônimo Lauresto, uma série de doze artigos em O Estandarte (jornal evangélico fundado pelo Rev. Carlos Pereira em 1893, sucessor de A Imprensa Evangélica), com a temática A Maçonaria e o Crente. Os artigos argumentavam sobre a incompatibilidade entre a maçonaria e fé a cristã. Por ser o jornal dirigido pelo grupo eduardista encontrou oposição do Rev. Álvaro Reis, pastor da Igreja Presbiteriana do Rio de Janeiro, o qual em 1899 fundou, o também jornal evangélico, O Puritano, onde muitas vezes debatia as opiniões publicadas em O Estandarte, acelerando as divergências, naquela altura, já latentes entre os grupos.

Em março de 1902 o grupo eduardista apresentou um projeto nacionalista chamado de Plataforma, adaptado de um discurso que o Rev. Carlos Pereira pronunciou no seminário teológico da igreja em 1900, A plataforma possuía cinco pontos:

  1. A independência absoluta, ou soberania espiritual da Igreja Presbiteriana do Brasil;
  2. Desligamentos dos missionários estrangeiros dos presbitérios nacionais;
  3. Declaração oficial da incompatibilidade da maçonaria com o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo;
  4. Conversão das Missões Nacionais em Missões Presbiteriais, ou autonomia dos presbitérios na evangelização de seus territórios;
  5. Educação sistemática dos filhos da Igreja pela Igreja e para a Igreja.
 
Sínodo de 1903 em São Paulo.

Foi então em 31 de julho de 1903 que o grupo eduardista sofreu seu duro golpe. Primeiro o Rev. Álvaro Reis apresentou uma proposta que procurou anular item por item da plataforma proposta. Após debates o missionário norte-americano Rev. Samuel Rhea Gammon entrou com uma proposta que foi chamada de moção Gammon, esta, por sua vez, focou na questão maçônica e considerou os demais itens como já vencidos, recebeu apoio e foi a votos. A moção Gammon ganhou levando o grupo derrotado do Rev. Carlos Pereira a separar-se da Igreja mãe. Os sete pastores mais treze presbíteros foram a pé em direção à Primeira Igreja Presbiteriana de São Paulo, então situada na rua 24 de maio, onde breves discursos eram intercalados pelo lema “Pela Coroa Real do Salvador“.

No dia seguinte, 1º de agosto, no intuito de se reorganizarem procuraram constituir-se em presbitério, o Presbitério Independente. O primeiro nome dado à igreja foi “Egreja Presbyteriana Independente Brazileira” (ortografia da época), e assim foi organizada a igreja que hoje é habitualmente chamada de IPI. Uma Igreja que surgiu como independente e brasileira.

Em seus primeiros cinco meses a igreja contava com 2.500 membros comungantes, e, em 1907, com 56 igrejas, contava com 4.224. Em 1908 foi instalado o seu Sínodo, inicialmente com três presbitérios; em 1957 foi criado o Supremo Concílio, com três sínodos, 10 presbitérios, 189 igrejas locais e 105 pastores. O Estandarte é até hoje o jornal oficial da IPI. O estabelecimento de um Seminário para a formação de seus pastores foi gradual e passou por várias etapas, mas ocorreu. Atualmente a formação pastoral é efetuada na Faculdade de Teologia da Igreja Presbiteriana Independente do Brasil (FATIPI), situada na cidade de São Paulo (Rua Genebra).

Tentativas de reunificação de denominações

A partir de 1916 as relações entre IPB e IPIB foram restabelecidas.

Em 1948 a IPB e IPIB formaram uma comissão que visava a reaproximação das denominações.

A Igreja Presbiteriana do Brasil desligou-se completamente da Igreja Presbiteriana (EUA) desde a década de 1980 e reconheceu a incompatibilidade da maçonaria com a fé cristã em 2006, confirmada pela em 2010. Tais fatos poderiam conduzir uma reaproximação entre as denominações, todavia, muitas diferenças surgiram nos mais de 100 anos de separação entre a IPB e IPIB. A primeira é hoje muito mais conservadora que a segunda. A IPB não admite ordenação feminina, é majoritariamente cessacionista, é contra o ecumenismo do Concílio Mundial das Igrejas e da Comunhão Mundial das Igrejas Reformadas e possui posicionamentos mais rígidos quanto a questões morais como o casamento e divórcio, o que torna a diferença entre as duas denominações bem maiores hoje do que na época da separação.